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Conheça os autores: May Mortari e Sol Coelho!
Autores de "Dragões de Vidro não podem nadar", livro do mês de nosso clube de leitura!
Olá pessoal, tudo bom?
Bem vindes a mais uma edição da KaleidoNews. Essa é uma edição muito especial porque não só vamos começar a apresentar autores do coletivo, mas também é uma edição de aniversário! O Kaleido completou dois anos na semana passada e, entre altos e baixos, temos bastante orgulho do coletivo como um todo! Nosso objetivo sempre foi, acima de tudo, unir autores e conectar leitores, e continuamos acreditando nisso. Temos muito orgulho de tudo que já foi e esperamos poder produzir boas histórias e se ajudar por muito mais tempo!
Como disse, além de uma news de aniversário, nessa edição também vamos conhecer mais sobre os autores do livro que é a leitura do mês no KaleidoClube: a dupla May e Sol!

Primeiramente, quem são May e Sol?
May é escritora de monstros, cuidadora de fantasmas e fã de vilões. Apaixonada por fantasia de portal, animes com youkais e filmes do Guillermo del Toro, começou a compartilhar suas histórias ainda quando adolescente em uma comunidade de fanfics no finado Orkut. Comunicadora formada pela UEL, criou em 2013 o Chá de Prosa, blog e canal no YouTube, uma comunidade literária com a qual dividia suas leituras até se convencer de que era hora de dar vida aos seus próprios universos. Atualmente, carrega um pouco de tudo o que ama em suas histórias de fantasia recheadas de romance sobrenatural. É facilmente encontrada em casa, em São Paulo, na companhia de seus gatos, algum projeto de crochê e sua playlist do Seventeen.
Sol é botânico meia-boca, encantador de demônios e escritor de bizarrices. Fã de Haruki Murakami e de literatura latino-americana, desde criança gosta de imaginar que tipo de histórias estão acontecendo por trás das janelas do prédio vizinho. Na falta de provas em contrário, prefere acreditar que criaturas mágicas existem, e as insere em tudo que escreve.
O melhor lugar para começar no mundinho de May e Sol é por “Dragões de Vidro não podem nadar”, que é a leitura do mês do KaleidoClube. Inclusive, ainda dá tempo de participar, só conferir mais informações no nosso discord.
Você pode comprar em diversos lugares: Amazon | Kobo | Play Store | Ou ler gratuitamente na Biblioteca Pública de São Paulo.

E para você conhecer melhor os autores, preparamos uma pequena entrevista!
Estamos honrados de começar nosso clubinho e as apresentações dos autores por vocês! E por isso, queríamos saber:
Como vocês começaram a escrever juntos?
May: Primeiramente, eu amo essa história! No começo de tudo, o Sol era meu agente na Magh e também meu melhor amigo. Era ele quem ouvia praticamente todo o meu chororô de síndrome do impostor e meus desabafos sobre o mercado editorial e quais rumos tomar na minha carreira. E um dia eu cheguei pra ele com uma ideia brilhante: ia escrever um conto hot contemporâneo. De verdade, eu nem sei de onde veio isso, porque é muito desconectado do que eu geralmente escrevo (fantasia!). Mesmo assim, eu achei que seria uma boa ideia, tentei por uns dias e odiei cada linha. E aí eu fiz o que eu fazia de melhor: fui chorar no chat privado com o Sol.
Sol: Então eu fiz uma sugestão: e se em lugar de um hot contemporâneo, May escrevesse uma fantasia hot? Parecia mais alinhado ao que ela gostava de escrever e foi um conselho certeiro porque a animação de May voltou no mesmo instante. Pensamos juntos em alguns detalhes da história, que já se distanciava da ideia de hot, e no fim ela veio com a sugestão: “e se a gente escrevesse juntos?” Já fazia um tempão desde a última vez que eu tinha escrito qualquer coisa diferente de um conto (e confesso que a ideia me assustava). Foi assim que respondi com um sonoro “sim” e depois de duas semanas malucas de escrita (era pandemia, perdoem a nossa falta de bom senso) tínhamos o rascunho inicial da nossa primeira história a quatro mãos.
Como funciona esse processo de escrever a quatro mãos?
May: Acho que a coisa mais importante de ter em mente sobre escrever a quatro mãos é lembrar que isso também implica escrever com dois cérebros diferentes e, por mais que o Sol e eu sempre brinquemos que dividimos um único neurônio, é importante que o planejamento seja todo feito às claras e em um lugar de fácil acesso para ambos, assim você evita que cada cérebro do processo leve a história para um lado diferente. No nosso caso, a gente já escreve junto há quatro anos e conhece bem o fluxo de escrita e as referências um do outro, então eu "sei" mais ou menos de que forma o Sol vai abordar as partes dele da história e confio nele pra preencher aquele espaço. As nossas vozes narrativas são tão parecidas que até hoje ninguém soube dizer o que foi escrito por mim, por ele, ou pelos dois juntos!
Sol: Na prática: tudo depende do outline. A gente gasta muitas horas (ou dias, a depender do tamanho do projeto) montando um outline que seja uma referência perfeita mesmo nos momentos em que estamos escrevendo independentemente. Esse processo de montagem já evoluiu bastante e agora gostamos inclusive de acrescentar falas ou frases específicas que gostaríamos de ver em um capítulo ou cena. Isso garante que, mesmo que seja o outro quem vai se responsabilizar por tocar aquele trecho, ainda vai ter a cara dos dois e todo mundo fica feliz. Aliás, essa é a parte mais importante: ideia boa é a que é aprovada por ambos. Do contrário, vai pra pilha de descarte.
Quais as principais inspirações de vocês para as próximas obras?
May: Muito feliz em dizer que as inspirações para duas personagens da obra que estamos escrevendo agora vêm do meu grupo musical favorito, o Seventeen! E também envolve feéricos, o que amamos em conjunto, e o oceano, que já marcou presença na nossa primeira noveleta lançada, "Dragões de vidro não podem nadar". Queria poder dizer que amo também, mas eu morro de medo do mar (e do ar também. Sou muito uma criaturinha da terra e peço perdão). Do ponto de vista da escrita, entretanto, sou fascinada pelo oceano e a carga mágica do desconhecido que ele traz. É uma fonte interminável de inspiração mesmo pra quem morre de medo dele!
Sol: Na outra ponta, também temos São Paulo como nosso grande amor, inspiração e cidade-natal de todas as histórias que se passam por este lado do mundo. Uma São Paulo recheada de médiuns e demônios, criaturas mágicas, casas mal-assombradas e especulação imobiliária fantástica!
O que podemos esperar para o futuro? Quais as próximas histórias nos planos de vocês?
May: Mais criaturas mágicas, mais subuniversos e mais fantasia urbana! Temos uma lista sem fim de histórias que estão nos planos. Pra quem não sabe, nós temos um role play escrito só dos dois onde fazemos um laboratório de personagens e ideias e tem muita coisa nele que queremos abordar em histórias.
Sol: Além de planos individuais com histórias que complementam o nosso universo em conjunto, mas que só poderiam ser contadas dessa forma, cada um no seu cantinho.
Recomendem algo que amam muito!!
May: Vou carregar minhas recomendações finais pra dois lados diferentes. No ramo musical, sou uma emo-kpopeira que está sempre abrindo caminho pra recomendar grupos, especialmente o Seventeen, que é meu favorito, um grupo com foco em performance que aborda conceitos super diferentes a cada lançamento e que agora no fim de maio vai lançar um álbum novo com um conceito de horror (eu to hype, gente, me perdoem!). Pra quem gosta de rock, especialmente pra quem era fã de J-rock na adolescência, vou deixar a recomendação de ouvirem FT Island, uma banda de rock também da Coreia, com o que eu considero um dos melhores vocais da cena. Sério, apenas ouçam e me digam depois se concordam. Agora sobre literatura: por conta do meu projeto atual de tecer uma manta literária inspirada em livros nacionais (falo dea no meu IG!), tenho muitas recomendações de livros nacionais, vou destacar aqui dois que li recentemente: Garras, da Lis Vilas Boas, uma romantasia com lobisomens e gente descompensada que eu amei muito; e Um traço até você, da Olívia Pilar, romance contemporâneo sobre identidade e pertencimento escrito com maestria. Não deixem de ler esses!
Sol: No ramo musical (não sei escrever sem música, alguém mais é assim?), além do já citado FT Island, que tem sido um dos meus xodós, preciso falar de Jackson Wang, membro do grupo GOT7 e solista, responsável pelo incrível álbum Magic Man. Este é, sem sombra de dúvidas, a minha boia salva-vidas criativa. Jackson é um artista versátil, irreverente e arrojado, além de muitíssimo humano — coisa que faz falta hoje em dia, não acham? Escutem o álbum (Magic Man 2 está vindo aí!), assistam os MVs (especialmente Blow e Come Alive) e venham me contar o que acharam!
No ramo literário, quero praticar a cadelice em favor dos latinoamericanos: leiam Voladoras, da equatoriana Mónica Ojeda, que é um conjunto de contos bastante intensos e cruéis (da melhor forma) sobre a imagem de mulheres e bruxas. Além disso, o argentino Pedro Mairal me fez ver com outros olhos a relação entre pais, filhos e legado (emocional e artístico) com seu Salvatierra. De verdade, leiam!
E vamos finalizar com algumas fofocas!
Os vem aí previstos são:
Em 2026:
A Coroa e o Albatroz, pela editora Sunbee
Conto em um projeto que deve ser divulgado em breve;
Ainda no processo criativo:
Escrevendo uma romantasia sáfica entre uma fada e uma criatura arraia, no universo dos Dragoboys!
Romance com demônios, bruxos e fantasmas no cronograma de escrita de 2025.
E é isso pessoal! Conheçam as histórias de May e Sol, leiam muito e nos vemos no dia 29!
Leia a newsletter anterior, em que apresentamos o projeto e o clube de leitura:
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